SITE DA IURD DO KM 28: Diminui o consumo de cigarros no Brasil

Tabagismo está relacionado a doenças graves. Médicos pedem mais rigor na lei

Por David Telles - Agência Unipress Internacional

O Instituo Nacional do Câncer (Inca) divulgou, recentemente, a Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), um dos mais completos trabalhos sobre esse vício. Segundo o levantamento, houve uma queda no consumo nos últimos 20 anos, mas o número de fumantes no País ainda é elevado: cerca de 25 milhões com idade igual ou superior a 15 anos.

Outro indicador positivo é que 45,6% dos fumantes tentaram parar de fumar nos últimos 12 meses, o que corresponde a cerca de 12 milhões de pessoas. Segundo o Banco Mundial (Bird) e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, o tabaco e a pobreza formam um ciclo vicioso, que atrasa o desenvolvimento dos países. Os maiores percentuais de fumantes no Brasil, entre ambos os sexos, foram encontrados na população sem instrução (25,7%) e entre os cidadãos de menor renda (21,3%).

De acordo com o cirurgião torácico Paulo di Biasi, diretor do Hospital do Câncer, o tabagismo é a principal causa de tumores malignos evitáveis. "Se as pessoas não fumassem ou parassem de fumar, evitariam dezenas de tipos de câncer, entre eles, os de pulmão, estômago, bexiga e colo do útero. Noventa por cento dos pacientes com câncer de pulmão no Inca são fumantes", acrescenta.

O problema do tabagismo passivo

A pesquisa do Inca confirmou a urgência de se reforçar as recomendações de uma convenção da Organização Mundial de Saúde (OMS), assinada por 168 países, de um total de 192 membros, que determina ações específicas de proteção ao tabagismo passivo (o primeiro tratado de saúde pública da história). A PETab constatou que uma em cada cinco pessoas foi exposta à fumaça do cigarro em locais públicos em geral. Isso corresponde a 26 milhões de pessoas, das quais 22 milhões não eram fumantes.

Os jovens foram mais expostos ao fumo passivo em locais públicos do que os adultos, perfazendo um total de 6,2 milhões. "É preciso que a legislação em vigor, que ainda permite fumódromos, seja alterada para impedir 100% o uso de produtos do tabaco que emitem fumaça em ambientes coletivos e fechados", alerta Liz Maria de Almeida, gerente de Divisão de Epidemiologia do Instituto Nacional do Câncer.

Ainda segundo a PETab, do total de pessoas de 15 anos ou mais entrevistadas, 96,1% acreditam que fumar pode causar doenças graves. "Quanto mais cedo uma pessoa é exposta ao cigarro em ambientes com fumantes, maior a possibilidade de vir a desenvolver câncer na vida adulta", diz di Biasi.

Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, a proporção de jovens que começam a fumar antes dos 15 anos é maior do que em outras áreas. O estudo revela ainda que a proporção de jovens do sexo feminino que começam a fumar antes dos 15 anos de idade é 22% maior do que a de homens, em todo o País.

Ainda entre os jovens, os homens fumam 2,5 vezes mais do que as mulheres. A PETab foi realizada em 51.011 domicílios, entrevistando fumantes, não fumantes e ex-fumantes. Esse trabalho foi realizado em outros 13 países.

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