20 julho 2010

Entenda a gangorra dos preços

 

Por que um mesmo produto tem valor diferente de uma loja para outra?

Por Leandro Duarte

A chave do sucesso de um negócio é quando o fornecedor repassa os produtos abaixo da média de mercado. No capitalismo selvagem, porém, muitos comerciantes obtêm vantagens ilegais devido à corrupção e a ineficiência dos órgãos de fiscalização.

Num país como o Brasil, onde a carga tributária é bastante elevada, a sonegação é sem dúvida a primeira resposta que vem à cabeça. Mas há condições legais para baratear o preço final de determinada mercadoria, como a utilização de benefícios fiscais ou financeiros oferecidos por estados e municípios.

Segundo o advogado tributarista Vinicius de Barros, determinados programas de isenção fiscal, como os que são oferecidos por Santa Catarina e Goiás, por exemplo, permitem que uma empresa importe um produto para revenda sem pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no momento do desembaraço aduaneiro – prática em que a Receita Federal verifica a exatidão dos documentos quanto aos dados declarados pelo exportador ou importador –, o que garante um bom desconto no valor oferecido ao consumidor.

Ainda de acordo com Barros, nem é preciso mudar as atividades produtivas da empresa para esses estados. "Dependendo do caso, basta que uma empresa abra uma filial, o que é um investimento pífio perto da economia tributária que pode ser alcançada", recomenda.

Uma pesquisa feita pelo jornal Diário do Grande ABC, no início do ano, mostrou que houve uma variação de 385,8% nos preços de material escolar na Grande São Paulo. Itens como a borracha e as canetas hidrocor tiveram oscilação de preço de 800% e 450%, respectivamente. Em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, a cesta de produtos, composta de 15 itens, era a mais cara da região, custando R$ 194,35. Enquanto que o mesmo conteúdo, em Diadema, saia a R$ 40. Ainda de acordo com o levantamento, os lojistas reclamam que a margem de lucro, muitas vezes, não paga nem o ICMS.

A Lei da Procura e da Oferta mostra que existe uma tendência para uma relação inversa entre a quantidade procurada e o preço. Os economistas Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus definiram bem essa questão quando falam sobre a "elasticidade", um conceito que mede a sensibilidade dos consumidores a variações no valor das mercadorias: "A definição precisa de elasticidade, é a variação percentual na quantidade procurada dividida pela variação percentual no preço."

Trocando em miúdos, as pessoas reagem de modo diferente à variação no preço dos diferentes produtos. Quando se trata de bens essenciais, como os alimentos, a procura não se altera significativamente quando há oscilações no custo. Por outro lado, na procura de um bem que não seja essencial, como carros, viagens e joias, entre outros, a sensibilidade ao preço aumenta.

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