20 junho 2010

A felicidade pode vir com a idade

 

Pesquisa aponta que as pessoas ficam mais felizes à medida que envelhecem

Por Michele Roza

A felicidade é um conceito tão subjetivo que pode ser sentida de forma e intensidade diferentes por cada pessoa. O que pode ser alegre, confortável e prazeroso para um, pode não ser para o outro. Em qualquer fase da vida, a pessoa terá momentos felizes. Contudo, a partir dos 50 anos, o ser humano tende a ser mais feliz, como aponta um levantamento da Gallup, empresa que desenvolve material colhido em pesquisas de opinião pública.

Os dados publicados online, em maio deste ano, no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, indicam uma média global. O estudo mostra que as pessoas ficam mais felizes à medida que envelhecem, sob quase todos os aspectos de vida. Entre os 18 e os 50 anos, passam por uma fase mais difícil de adaptação ao mundo adulto e todas as suas implicações sociais. Elas se sentem cada vez pior até chegarem aos 50 anos, quando acontece uma reversão. E ao chegarem aos 85 anos, elas estão ainda mais satisfeitas. Mas os pesquisadores não sabem afirmar ao certo o motivo deste resultado.

Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari, autora do livro "Dirija a sua vida sem medo", uma das explicações para o fenômeno pode ser porque as responsabilidades e os compromissos do meio social tendem a ficar menores conforme a pessoa envelhece e alcança os objetivos traçados em outra fase. "Quando você envelhece, a cobrança do meio social e os compromissos são amenizados pela idade e pelo tempo que você usou com essas prioridades. Agora, as prioridades são outras e você poderá participar de atividades que só deem prazer. Com a maturidade, você percebe que o caminho é o da conciliação e do bem-estar; é ficar bem com você mesmo, independente do que os outros queiram ou pensem. Isso é envelhecer com qualidade", diz.

Conforme os anos vão passando, a tendência é que os caminhos profissionais e pessoais se firmem, que a pessoa esteja estável economicamente, com família constituída, os filhos encaminhados na vida, bens materiais conquistados e os sonhos de juventude realizados. O editor de tevê Rodrigo Ponce, de 42 anos, ainda não alcançou a idade limítrofe indicada na pesquisa, mas afirma que se considera um homem feliz e realizado, apesar de ainda ter objetivos a conquistar. "Eu me sinto muito mais feliz hoje do que há 20 anos, pois tenho uma filha. Da minha juventude já realizei todos os meus sonhos, mas tenho outros, como a casa própria e a prosperidade da minha empresa", conta.

Outros dados que o estudo aponta são: a tensão diminui a partir dos 22 anos, alcançando seu ponto mais baixo aos 85; a preocupação fica relativamente estável até os 50, e então cai drasticamente; a raiva diminui a partir dos 18; a tristeza alcança seu máximo aos 50, cai até os 73 anos e depois sobe levemente de novo até os 85.

Olga também aponta o que é necessário para envelhecer bem. "Quando você amadurece, entende o que é melhor para você, compreende com mais clareza e respeita as diferenças e afasta aquilo que não vai lhe fazer bem. Envelhecer com qualidade vai depender de como a pessoa lida com os problemas do dia a dia. Há pessoas que não admitem que estão ficando velhas e sofrem. A felicidade deve ser centrada naquilo que você tem como objetivo, que é bom para você. Bom é realizar os nossos sonhos, independente da fase e faixa etária que estamos vivendo", finaliza.

A pesquisa da Gallup foi feita por telefone, em 2008, e contou com mais de 340 mil entrevistados ao redor do mundo, entre 18 e 85 anos, com perguntas sobre idade, sexo, eventos atuais, finanças pessoais, saúde e bem-estar geral.

 

 

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